Façam suas apostas nessa Batalha Portátil entre
PS VITA X Nintendo 3DS
A disputa pela fatia dos dispositivos móveis para o bilionário mercado de games continua aquecida. Com a entrada dos smartphones na disputa, o cenário mudou completamente, obrigando os principais desenvolvedores a repensarem seus recursos, seu hardware e o funcionamento dos jogos.
Como plataformas antes não consideradas perfeitas para se jogar (tablets e celulares) adotaram com sucesso essa função, os consoles portáteis precisaram se reinventar e acumular funções como um canivete suíço. À frente da disputa estão dois jogadores tradicionais e com muita experiência: Sony e Nintendo.
No time do Super Mario o queridinho da vez é o Nintendo 3DS. Seu principal trunfo, como o nome já sugere, são os efeitos 3D da tela principal. Com ajuste de profundidade e conversão do conteúdo, o pequeno console entrega um resultado interessante sem a necessidade de óculos especiais. Outro truque interessante é o AR Game. Utilizado em conjunto com o par de câmeras estereoscópicas (para também produzir conteúdo 3D), o recurso gera games com realidade aumentada, que consistem em mesclar o cenário real captado pelas câmeras, com elementos virtuais na tela. Matar um dragão que surge do chão da sala, tendo que desviar de seus ataques e se contorcer para acertar pontos fracos é bastante divertido.
Para contra-atacar, Kratos e seus comparsas mais agressivos preparam um verdadeiro tanque de guerra em miniatura. Armado com um processador de arquitetura ARM, o OS Vita traz 4 núcleos, além de uma atualização da controladora gráfica PowerVR SGX543MP4+. Essa arquitetura é parecida com a utilizada no novo iPad, mas a Sony garante que há modificações exlusivas para seu portátil. Assim como o concorrente, o portátil da Sony traz o pacote de conectividade completo: Wi-Fi, Bluetooth e até um modelo com 3G, mesmo que não haja necessidade de estar sempre conectado. Lembrando dos pilares básicos para qualquer game, a Sony aposta na praticidade dos controles, característica própria da emprese desde o PlayStation e seu DualShock. As suspeitas da Apple em trabalhar em um controle para seus gadgets mostram que a jogabilidade ainda é a alma do negócio. Nesse ponto, o Vita lega vantagem considerável na disputa com o 3DS.
Com características muito distintas, mas também recursos similares, um grande fator de decisão para os consumidores são os jogos. A Nintendo se apoia em seus títulos próprios e exclusivos, como Zelda e os ligados ao Mario e sua gangue. O tom casual e mais infantil é sem dúvida uma arma com vantagens e defeitos. Muitos jogadores se cansam facilmente da falta de qualidade gráfica e leveza dos títulos. Do lado da Sony, games como Uncharted, que exploram em totalidade os recursos do aparelho, e misturam elementos do mundo real para que o jogador avance na trama são muito interessantes e podem se tornar comuns. A Sony, assim como no PlayStation 3, tenta fazer com que os desenvolvedores de games evoluam e utilizem o potencial do hardware, que é grande. Por outro lado, o preço de cada game pode se tornar uma grande barreira.
Veja a seguir nossos reviews sobre os dois aparelhos, já que um veredicto para essa disputa leva em conta muitos critérios subjetivos. Se nos apoiássemos exclusivamente no hardware, a Sony levaria o título de campeã sem dúvidas. Entretanto, como é necessário avaliar todo o ecossistema, a decisão por um vencedor é mais complicada. Mas, como gostamos de descomplicar, chegamos ao seguinte ponto:
3DS: Se você é fã dos títulos da Nintendo, há só um caminho possível.
PS Vita: Se o seu interesse são games no geral, tanto em títulos como experiências de uso, o console da Sony é uma aposta muito mais concreta e que pode oferecer satisfação por mais tempo.
Nintendo 3DS – Nota 8,2
Quem conhece o console portátil da Nintendo como aquela plataforma mais infantil, com jogos casuais, simples e de visual um tanto pobre vai se surpreender com a nova proposta da gigante nipônica dos games. A nova versão do pequeno, o Nintendo 3DS, traz recursos de sobra para deixar qualquer fã de jogos eletrônicos satisfeito.
O grande trunfo do console é a tecnologia 3D. Quem pensou nos tradicionais, horrendos e desconfortáveis óculos se enganou. A tela superior do Nintendo 3DS, que conta com resolução de 800 por 240 pixels e mais de 16 milhões de cores, pode exibir imagens tridimensionais e converter automaticamente o conteúdo dos jogos. O controle da profundidade gerada pelo portátil pode ser feito por uma pequena chave localizada na lateral inferior direita da tela. Ela é uma ferramenta importante, já que o efeito funciona muito bem em alguns jogos, como o Street Fighter IV, mas pode ser incômodo e gerar imagens duplicadas em alguns casos, como no PES 2011.
O ajuste também é importante para o conforto do jogador. É necessário manter uma distância de no mínimo 60 centímetros e ajustar seu ângulo de visão para que o efeito seja agradável. O nível de intensidade varia muito de uma pessoa para a outra. Há quem prefira um efeito mais suave, mas também há quem goste de uma experiência mais profunda. “O novo console inaugura uma maneira completamente nova de jogar videogame”, afirmou Mark Wenteley, diretor de marketing da Nintendo para a América Latina, em uma conversa com a INFO durante o troféu Game World 2011, em São Paulo. No evento a Nintendo montou um estande com vários 3DS para o público se divertir. Foi a primeira vez que consumidores tiveram acesso ao console. Nos outros países somente jornalistas puderam brincar com o produto. Segundo Mark, esse privilégio dos brasileiros se deve à base sólida de fãs que a Nintendo conquistou por aqui. A aposta da empresa é que o game supere as expectativas geradas com o público, trazendo títulos fortes como os apresentados na feira. Os títulos demonstrados foram Steel Diver (game de submarino), Pilotwings Resort (no estilo Mii Sports), Nintendogs + Cats, The Legend of Zelda 3D, Super Street Fighter IV 3D, PES 2011 3D, Asphalt 3D e LEGO Star Wars III: The Clone Wars.
PS Vita – Nota 8,5
Depois de experimentar o mercado de games para smartphones com o Xperia Play, a Sony investiu novamente contra seus concorrentes do cenário mobile ao reformular o PSP. O resultado, batizado de PS Vita, é uma mistura entre as novas tendências do mercado de jogos portáteis e a tradição estabelecida ao longo de quase duas décadas no mundo dos consoles. Será que a gigante japonesa encontrou a medida certa entre passado e futuro? A resposta curta é: “em grande medida, sim”. A resposta longa você confere a seguir.
Começando com as novidades, o PS Vita representa um deslocamento da Sony no campo do hardware interno. Em vez dos usuais processadores desenvolvidos pela própria Sony (encontrados no PS3 e no PS2, por exemplo), o silício subjacente ao PS Vita pertence à mesma arquitetura ARM utilizada em smartphones e tablets. Não que a maioria desses eletrônicos consiga competir com o novo console. O PS Vita é um pequeno monstro em termos de processamento, empacotando quatro núcleos Cortex A9. Ao lado desse quarteto opera a GPU PowerVR SGX543MP4+, uma versão customizada do poderoso circuito gráfico presente no novo iPad.
Não seria exagero dizer que o PS Vita é o console portátil mais poderoso do mercado. Na prática, o conjunto do hardware é perfeitamente capaz de lidar com gráficos que não ficam muito atrás do próprio PS3. Exploramos os cenários selvagens de Uncharted: Golden Abyss, repletos de texturas complexas, sem nenhuma queda perceptível de frame rate. Eis aí uma plataforma que pode sobreviver por longos anos à evolução dos jogos portáteis. Apesar de toda essa potência, a duração da bateria não caiu a níveis inaceitáveis. Aqui no INFOlab, conseguimos jogar Uncharted sem parar por 3 horas e 56 minutos. Se por um lado a Sony perde com essa mudança a chance de construir um sistema perfeitamente otimizado, por outro, o uso de chips ARM dá margem para um corte no preço final do console. Outra vantagem se encontra no fato de que desenvolvedores de jogos para smartphones e tablets têm menos dificuldades para adaptar seus games ao PS Vita. Ou seja, no longo prazo, quem comprar o PS Vita também pode se beneficiar de uma biblioteca de aplicativos potencialmente maior.
Fonte:info.abril.com.br